sábado, 2 de maio de 2020

Divulgação da Mensagem da Diretora-Geral da UNESCO por ocasião do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa


3 de maio de 2020
Dia Mundial da Liberdade de Imprensa


Mensagem de Audrey Azoulay
 Diretora-Geral da UNESCO

Num momento em que a pandemia de COVID-19 nos faz mergulhar na ansiedade e na incerteza, a informação livre é essencial para enfrentarmos, compreendermos e ultrapassarmos a crise .

Antes de mais, estamos conscientes da sua importância vital: informar é dar a todos e a cada um, meios para combater a doença, adotando os comportamentos adequados.

Por este motivo, a nossa Organização associou-se à restante família das Nações Unidas na luta contra a "infodemia", os rumores e a desinformação, que está a agravar a pandemia e a pôr vidas em risco. Estamos a unir as nossas forças para promover duas grandes campanhas nas redes sociais: “Together for Facts, Science and Solidarity” e “Don’t go viral”.

Para multiplicar a eficácia destes esforços, a nossa Organização criou também um Centro de Recursos para os Media face à COVID-19, para ajudar os jornalistas a detetarem a informação falsa e informar sobre a crise de maneira segura e eficaz, tal como o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa deste ano nos convida a fazer: "jornalismo sem medo nem favor".

Este tema é uma celebração oportuna do trabalho daqueles que defendem a liberdade de informação, para uma imprensa independente que transmite e questiona os factos.

Esta liberdade de imprensa é demasiadas vezes violada. Quer seja através do controlo político, ideológico ou económico, de ataques difamatórios destinados a desacreditar o seu alvo, ou através de assédio. Existe, demasiadas vezes, uma tentativa de silenciar os jornalistas, especialmente as mulheres. Infelizmente, as circunstâncias excecionais que estamos a viver hoje agravam ainda mais esta pressão sobre os jornalistas.

A atual crise está também a aumentar a incerteza para a imprensa no plano económico. Por exemplo, no preciso momento em que a transição digital se acelera, as receitas publicitárias, das quais dependem muitas publicações, estão a diminuir ou até mesmo a cair a pique. Com o passar do tempo, os jornais poderão ser forçados a reduzir ou a cessar a sua atividade, privando as comunidades de um olhar diferente sobre o mundo, de uma profundeza de campo necessária à diversidade de opiniões.

Ora, num mundo tão interdependente como aliás o revela esta crise, todas as ameaças ou ataques à diversidade e à liberdade de imprensa, e à segurança dos jornalistas, nos dizem respeito a todos.

Assim, o sistema das Nações Unidas, bem como as novas alianças de associações de media, de governos e de atores do âmbito jurídico, académico ou da sociedade civil, apoiam os jornalistas de todo o mundo na sua luta pela sua independência e pela verdade.

Faço hoje um apelo para que estes esforços sejam redobrados. Neste momento crucial e
também para o dia de amanhã, precisamos de uma imprensa livre e de jornalistas que, por sua
vez, possam contar com todos nós.

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