quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

Dia Internacional de Comemoração em Memória das Vítimas do Holocausto 2021


Para comemorar e nunca esquecer a data que se celebra a 27 de janeiro divulgamos a mensagem da Diretora-Geral da UNESCO.

 

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Mensagem de Audrey Azoulay


Há setenta e seis anos, a 27 de janeiro, o exército soviético entrou em Auschwitz-Birkenau, e o mundo viu-se confrontado com aquilo que não queria ver.

Os soldados soviéticos encontraram cerca de sete mil prisioneiros emaciados, muitos dos quais pereceram nos dias seguintes. Viram os corpos dos prisioneiros mais doentes e debilitados, executados depois de os nazis terem forçado a maioria dos prisioneiros ainda vivos a participar numa "marcha da morte" em direção a oeste. Também descobriram vestígios do sistema impiedoso que os nazis puseram em prática, e dos esforços para o encobrir: ficheiros destruídos, fotografias danificadas e as câmaras de gás restantes

Auschwitz-Birkenau foi o centro de extermínio mais mortífero e o maior campo de concentração estabelecido pela Alemanha nazi durante o Holocausto. Foi aí que mais de 1,1 milhões de judeus e dezenas de milhares de ciganos, polacos, prisioneiros de guerra soviéticos e outras populações perseguidas perderam a vida.

Hoje em dia, à medida que vozes odiosas continuam a levantar-se para negar ou distorcer a realidade implacável destes factos, temos a responsabilidade universal de recordar todas e cada uma das pessoas que os nazis procuraram eliminar da face da terra. Devemos recordar as comunidades e culturas que foram destruídas; devemos cuidar dos locais históricos; devemos proteger e salvaguardar contra as tentativas de propagação das ideias que levaram ao genocídio do povo judeu e outros crimes nazis, e que ameaçam os direitos humanos de todos nós.

O Dia Internacional de Comemoração em Memória das Vítimas do Holocausto é um momento de luto por aqueles que desapareceram e de reflexão sobre as escolhas dos indivíduos e governos que permitiram que este genocídio acontecesse. É também um apelo à vigilância e à ação, para combater as causas profundas do ódio e evitar que sejam cometidas mais atrocidades no futuro.

A forma como recordamos e interpretamos o passado irá moldar o nosso futuro. A este respeito, a UNESCO está fortemente empenhada em sensibilizar para as causas e consequências do Holocausto, bem como em prevenir o antissemitismo na sua roupagem contemporânea. Só assim conseguiremos reforçar a resiliência de todos os povos face aos preconceitos e defender os princípios universais de justiça, diálogo e solidariedade que estão na base do mandato da Organização.

Este aniversário recorda-nos uma vez mais como o Holocausto abalou para sempre os alicerces da nossa humanidade comum. Apelo a todos os Estados Membros e organizações da sociedade civil a redobrarem os seus esforços para promover a educação, documentação e investigação sobre estes acontecimentos sem precedentes, que continuam a ser um flagelo para a consciência do mundo.

domingo, 24 de janeiro de 2021

Dia Internacional da Educação 2021

 
 Por ocasião desta importante data, celebrada hoje,  24 de janeiro, divulgamos a Mensagem de Audrey Azoulay, Diretora-Geral da UNESCO

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Celebramos este terceiro Dia Internacional da Educação num contexto excecional: o da maior perturbação da história na vida dos estudantes, dos docentes e de toda a comunidade educativa.

No momento em que a pandemia volta a acelerar, metade dos estudantes do mundo continuam a enfrentar interrupções na sua escolaridade.

No pico da pandemia, as escolas chegaram inclusive a estar encerradas para 91% dos educandos, ou seja, 1,5 mil milhões de alunos e estudantes.

Todos puderam assim verificar que a educação era um bem público global; que a escola era mais do que um lugar de aprendizagem, era também um lugar de bem-estar, proteção, nutrição e emancipação.

Para muitos, foi necessário organizar uma educação sem escola, através da Internet, da rádio, da televisão e do correio postal. Mas devido à falta de conetividade, demasiados estudantes - 470 milhões - foram deixados à margem, aumentando assim as desigualdades.

Atualmente, a situação continua a ser preocupante: 24 milhões de estudantes, incluindo milhões de raparigas para quem a escola proporciona um porto seguro, podem nunca mais regressar a uma sala de aula, para além dos 258 milhões de crianças e adolescentes em situação de abandono escolar antes da crise.

Voltar a abrir as escolas, e mantê-las abertas, deve ser a prioridade. Mas esta reabertura também deve ser feita preservando plenamente a saúde dos docentes, dos estudantes e das suas famílias. É por este motivo que a UNESCO desenvolveu guias práticos com indicações claras neste sentido.

Esta é a razão pela qual a UNESCO, juntamente com a Education International, apelou aos governos e à comunidade internacional para considerarem os docentes e o pessoal educativo como um grupo prioritário nos planos de vacinação.

Ao mesmo tempo, temos de continuar a desenvolver o ensino à distância: porque a pandemia ainda está entre nós, porque temos de enfrentar as próximas crises, e porque também é uma boa maneira de melhorar as práticas pedagógicas e as formas de aprendizagem.

É neste sentido que trabalha a Coligação Global para a Educação, lançada pela UNESCO. Esta reúne mais de 160 parceiros e está ativa em 70 países para assegurar a continuidade das aprendizagens e a reabertura das escolas.

Por exemplo, na República Democrática do Congo, foram desenvolvidos programas educativos para chegar a 4 milhões de estudantes através da rádio. Foi igualmente lançada a plataforma ImaginEcole, para oferecer recursos a mais de 6 milhões de estudantes em África, tanto online como offline.

Neste contexto sem precedentes, a UNESCO apela aos Estados para que deem um novo impulso à ação em prol da educação.

Por ocasião da Reunião Mundial sobre Educação, organizada pela UNESCO em outubro último, mais de 70 chefes de Estado e de Governo e Ministros assumiram compromissos históricos: reabrir as escolas, melhorar a formação dos professores, reforçar as competências dos estudantes, reduzir a fratura digital, e financiar melhor a educação.

A educação precisa de ser melhor financiada, mas também precisa de ser repensada.

Os últimos meses salientaram novos desafios: a educação científica e sanitária, claro; mas também a literacia mediática e informativa, e literacia digital; ou ainda a educação ambiental e a cidadania global, para respeitar o planeta tal como nos respeitamos uns aos outros.

Neste mundo de profundas mudanças, a UNESCO está a repensar a educação através da sua iniciativa sobre o Futuro da Educação. Convidamos todas as pessoas a juntarem-se a esta reflexão global que envolve já quase um milhão de estudantes, docentes e encarregados de educação.

Neste Dia Internacional, a UNESCO convida-o a promover a educação como um direito fundamental e como o instrumento mais poderoso para o desenvolvimento. Pois defender o futuro deste direito é defender o direito ao futuro.